sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sermão em Lc 11.29-36

Não poucos religiosos querem ver sinais. A questão é: Que sinal o Senhor Jesus quer mostrar? O sinal do Poder de Sua Palavra! Lc 11.29-36

1) Os religiosos queriam um sinal.

2) Jesus não mostrou o sinal requerido

3) Jesus mostrou outro sinal
O poder da Palavra do Senhor.

Aplicação:
1) O que você quer ver?

2) O que Jesus quer mostrar-lhe?

3) O que você deve ver?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Simplicidade de Deus e Complexidade do Homem

O título parece contraditório. Deus deveria ser complexo ao passo que o homem simples. E, com efeito, assim é no tocante à natureza de ambos.
Todavia, Deus sendo tão infinito e majestoso aos nossos olhos se faz homem, tornando-se simples, ao passo que o homem caído e depravado querendo usurpar o trono do Criador, tem se tornado um ser tão incompreensível, imprevisível.

De fato, o ser humano complica as coisas simples para que a observância delas seja facilitada. No final, apenas engana-se a si próprio.
A palavra do Senhor, contudo, simplifica as coisas complexas, e não oculta a dificuldade de observá-las.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Elias e a viúva de Sarepta

Elias e a viúva de Sarepta

No século IX a.C o profeta Elias surge como um anônimo, sem lastro familiar, social e político. Não há menção a seus ascendentes, o que não é comum em Israel. É um tisbita, natural de Tisbé, cidade inexpressiva e desconhecida atualmente localizada na região da Transjordânia, que pertencia à região de Gileade situada entre as tribos da Transjordânia – Rúbem, Manassés e Gade.
A nação de Israel – composta por dez tribos do Norte – atravessava um período de prosperidade e crescimento econômico. Onri (880-873 a.C), pai de Acabe, fundou Samaria como capital do reino do Norte. Livrou a nação da instabilidade política marcada por conspirações, chacinas e suicídio. Em menos de três anos houve dois reis (Elá e Zinri) e uma divisão interna em que parte de Israel era governado por Onri e outra parte por Tibni.
Há relevantes fontes extra-bíblicas que, além de corroborar a veracidade histórica do reinado de Onri, certificam que seu governo teve repercussões internacionais. Descobertas arqueológicas impingem que Onri foi um rei bem-sucedido, cuja fama reverberou na Mesopotâmia. Uma inscrição gravada na Pedra Moabita (c. 830 a.C) registra que “Onri era rei de Israel e oprimiu Moabe por muitos dias”. Mais tarde, inscrições assírias datadas de mais de cem anos após a morte de Onri mencionam-no. Por exemplo, quando Jeú pagou tributo ao rei Samaneser III (859-824 a.C), sendo tal fato gravado no Obelisco Negro, há o seguinte registro: “Jeú, filho de Onri”.
Por outro vértice, enquanto Onri era o ícone internacional de Israel, também não deixava de ser o novo ícone da idolatria, sobrepujando o precursor do culto idólatra, a saber, Jeroboão, que criou uma nova religião e construiu imagens e altares dedicados ao culto idólatra e sincretista (1Re 16.25; 12.26-33).
Assim sendo, não obstante a prosperidade econômica e política, Israel continuava atolada no lamaçal da idolatria, de forma que o estado espiritual da nação era miserável, abominável e deplorável. Os adoradores do Deus invisível e glorioso que não havia se revelado em figura ou forma alguma (Dt 4.15-20) tornaram-se resoluta e acintosamente adoradores de bezerros e imagens humanas esdrúxulas!
Acabe (873-853 a.C), o filho de Onri, sucedeu seu pai, e “fez muito mais para irritar ao Senhor Deus de Israel, de todos os reis de Israel que foram antes dele” (16.33). A começar por seu casamento, contraiu núpcias com uma mulher estrangeira e idólatra, a famigerada Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios, com vistas a estreitar os laços com os fenícios. Por conseguinte, Acabe tornou-se adorador devoto de Baal, o deus cananita.
Há uma imagem que retrata Baal com um machado e um raio na mão. Outra escultura mostra-o com uma espada e escudo. As imagens de Baal mostram-no como um homem guerreiro, controlador do tempo, contudo, tem uma feição medonha, asquerosa e macabra.
Baal, cujo significado é senhor, possuidor ou marido, é o grande deus dos cananeus relacionado à fertilidade e à chuva. Sua esposa era Astarote. Aserá era consorte de El, o deus-mor do panteão cananeu, sendo intitulada “a senhora que anda sobre o mar” e “usufrui o título de qaniyatu elima “progenitora (ou criadora) dos deuses. O seu filho mais famoso era Baal” .
Os cultos cananeus eram caracterizados pela ubiqüidade dos altos e promiscuidade. Os outeiros eram os locais apropriados para a adoração. Cada outeiro poderia se tornar num local de adoração a Baal. Nos cultos havia muita orgia. Era uma forma de representar o relacionamento sexual dos deuses, com o objetivo de alcançar a fertilidade da terra e das criações.
Nesse contexto tenebroso, miserável e abominável aos olhos do nosso Senhor, surge o profeta Elias, cuja primeira atividade profética consistira em predizer uma forte seca. Essa profecia já denotava que seu ministério consistiria em se opor à idolatria e ao baalismo, que era a religião oficial de Israel, e, como o próprio nome diz, cujo principal ídolo era Baal, tendo como devotos o rei Acabe e sua esposa Jezabel. Porquanto, a seca além de castigar o povo de Israel em conformidade com as maldições elencadas em Dt 28.23,24, visava atacar o próprio Baal, que era reputado como controlador do tempo e deus da fertilidade.
Assim sendo, o início do ministério de Elias revela seu precípuo mister consistente em desafiar e derrotar Baal e seus adoradores. Não era uma tarefa fácil, pelo contrário, sua vida corria perigo, seu cargo estava em extinção, pelo que Jezabel havia destruído os profetas do Senhor. Para manterem-se vivos, os profetas do Senhor tinham de esconderem-se. Por exemplo, Obadias, mordomo de Acabe, escondeu cem profetas do Senhor, sustentando-os com pão e água.
Com efeito, o zênite do ministério de Elias é a clássica luta contra os profetas de Baal (18.17-40). Para chegar lá Elias deveria ser preparado por Deus. Enfrentar a idolatria, o próprio rei Acabe e a sanguinária e adoradora de Baal Jezabel demandariam assaz preparo.
Após a intensificação da seca que culminou com o desaparecimento do ribeiro onde Elias era alimentado miraculosamente pelo Senhor, Deus manda novamente Elias ir a Sarepta, onde lhe seria proporcionado experiências significativas com o Senhor, que capacitá-lo-ia para o grande confronto.
Elias recebera duas ordens inexoráveis e desafiadoras (17.3,9) que manifestavam o controle absoluto e soberano do Senhor. Na primeira, Deus ordenou aos corvos que sustentassem-no. Na segunda, Deus ordenou uma viúva que sustentassem-no. Em ambas, Deus mandou Elias ir a lugares reservados: ribeiro junto ao Jordão e casa de uma viúva em uma cidade sem muita expressão.
Essas duas ordens conexas demandaram muita fé e confiança de Elias. À medida que Elias agisse segundo a palavra do Senhor, Deus cumpria sua promessa, sustentando-o .
O sustento de Elias pelos corvos já era uma demonstração clara e inequívoca de que o Senhor sustentaria Elias. A imunda Jezabel sustentava os profetas de Baal, sendo pior que os imundos corvos (Lv 11.15), pois estes, embora fossem imundos, eram mais nobres que aquela, pois sustentavam um profeta de Deus. É como se Deus dissesse-lhe: “Elias, seu ministério é árduo, sua função está em extinção, perante os homens você não conseguirá cumprir essa nobre missão. Todavia, eu, o Senhor seu Deus, perante cuja face você está, te sustento e te guardo. O teu sustento vem de mim e não de homens. Por isso, não temas, fala e não te cales!”
Ainda assim, Elias necessitava de mais experiências com o Senhor a fim de consolidar sua fé e prepará-lo para o grande desafio contra os profetas de Baal. De forma que estas serão gozadas em Sarepta.
Sarepta era uma cidade fenícia, que pertencia a Sidom, distando cerca de 13 km dessa famosa cidade, ficava numa região que era considerada localidade de Baal. A propósito, Jezabel era de Sidom.
A ida a Sarepta era uma prova de fé. Elias teria de caminhar cerca de 160 km. Outrossim, a fome assolava aquela região. A propósito, Flávio Josefo cita que a fome levou o rei de Tiro a estabelecer que se fizesse orações . Viúvas geralmente precisavam ser sustentadas (Dt 14.28,29; 24.19-22), de forma que dificilmente teriam condições de sustentar a si e seus órfãos, muito menos conseguiriam sustentar outros.
Mas Elias não hesitou. Confiou no Senhor. E Deus o sustentou miraculosamente naquele lugar. Em Israel, Jezabel sustentava seus profetas. Mas, próximo à cidade natal dela, o Rei de Israel, YHWH, sustentava seu profeta por meio de uma mulher, viúva, pobre, mas rica em fé.
Champlim assevera que “através da maneira incomum de nutrir fisicamente o profeta, Deus também estava nutrindo a fé de Elias, para feitos posteriores de força espiritual.”
A ida a Sarepta tinha propósitos específicos. Naquela época estava impregnada na mente do povo a crença de que a influência dos deuses limitava-se a circunscrições territoriais. Em virtude dessa heresia, Deus tencionou demonstrar que seu poder e soberania não estão adstritos exclusivamente a um determinado território. Pelo contrário, até em território “alheio pertencente a outro deus” ele tem poder e autoridade. Ah, se a nação de Israel reconhecesse isso! (Sl 81.13-16; Is 48.18-19). Em Sarepta, o Senhor preservou Elias dos riscos de perseguição e atentado perpetrados por Jezabel.
Além dessa edificante experiência, o Senhor ainda reservava para Elias mais uma singular e rara experiência, a saber, a de ressuscitar o filho daquela viúva. Até aquele dia não havia nenhum relato bíblico de que um morto tinha ressuscitado. A oração de Elias para que o filho da viúva ressuscitasse revelava que ele estava absorto pela fé em Deus; com efeito, estava na trilha de seu pai Abraão, o qual creu que Deus poderia ressuscitar seu filho Isaque.
Por conseguinte, em Sarepta, Elias teve mais duas experiências sobrenaturais que caracterizavam o cuidado do Senhor por Elias e o poder e a soberania de Deus. Elias orou pela ressurreição do menino, e Deus atendeu. Em Sarepta a fé de Elias foi fortalecida e consolidada. Agora sim, o profeta estava preparado para se apresentar a Acabe e Jezabel para aquele grande confronto. E Elias assim fez, foi a Acabe com destemor, ousadia, intrepidez, desafiando os ídolos de Acabe e Jezabel.
Em Sarepta Deus provou a fé de Elias e o fortaleceu. De sorte que não havia motivos para temer Jezabel e Acabe. Agora sim o profeta estava preparado para o grande desafio e confronto com os falsos profetas de Baal.
No entanto, alguns detalhes dessa narrativa publicam a vergonhosa decadência espiritual de Israel, e visam causar emulação em Israel.
Uma viúva pobre e estrangeira teve fé na palavra do profeta Elias, de modo que foi usada por Deus para sustentar o profeta. Nesse ínterim, em Israel, a rainha Jezabel sustentava os profetas de Baal (18.19). Aqueles a quem a palavra fora revelada, a quem pertenciam as promessas, as alianças e os oráculos, não sustentavam o profeta, pelo contrário, além de sustentar falsos profetas, perseguia os verdadeiros profetas.
Por outro vértice, uma viúva estrangeira reconhece a autoridade do profeta, bem como de sua palavra, sendo oriunda do próprio YHWH. Depreende-se inelutavelmente que a fé daquela viúva era incomparável em relação a Acabe e Jezabel.
Próximo da cidade natal de Jezabel, de onde se esperava mais uma adoradora de Baal, Elias se depara com uma estrangeira que era viúva e pobre; esta, a seu turno, o reconhece como profeta, crê na sua palavra, e, mesmo equivocadamente, reconhece que o profeta de Deus pode trazer juízo sobre todo pecado, fazendo-o vir à tona. Que exemplo! O que não havia no palácio da capital de Israel, surge na porta de uma cidadezinha desconhecida. O que não havia na classe nobre dos israelitas, surge na classe baixíssima dos sidônios: FÉ!
À medida que Elias e a viúva confiavam na palavra do Senhor, a fome era dava lugar para o mantimento, a morte cedia em favor da vida! Ah, se a nação de Israel reconhecesse isso! (Sl 81.13-16; Is 48.18-19).
Essa narrativa também teve o desiderato imediato e mediato de sustentar e nutrir as convicções javistas dos profetas perseguidos e em extinção de YHWH. Não obstante toda perseguição e hostilidade perpetrada pelo próprio rei de Israel e sua esposa, Deus, o Rei dos reis, é o provedor e mantenedor da escola de profetas, da qual Elias se destacava. A palavra de Deus na boca de Elias foi verdade, e na boca dos profetas do Senhor subseqüentes também serão verdade (18.24)!
Os profetas pós-exílicos também deveriam sempre confiar no Senhor e em Sua palavra, a qual não falha.
Enfim, essa narrativa tem aplicações práticas, servindo especificamente para combater o baalismo, e toda forma de idolatria subsequente, bem como para despertar a fé do povo de Deus em todas as eras.

[]

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Variante textual e interpretação

Comentário Bíblico NVI sobre Hb 6:

"É necessário destacar, no entanto, que essas expressões descrituvas são suscetiveis a mais do que uma intepretação, e, no seu sentido não tão "definitivo", podem bem ser aplicadas tanto a cristãos "professos" quanto a crentes "genuínos". "Iluminados" (v.4) é um termo aplicado por Justino Mártir (morreu c. 165 d.C; Apol 61.12,13) aos batizados - os que haviam dado consentimento à verdade do catecismo cristão por meio de sua seujeição ao batismo. É possível, então, que o autor de Hebreus tenha usado a palabra nesse sentido. Ao menos a Peshita (uma tradução siríaca do século IV( entende a palavra assim, substituindo "iluminados" por "que desceram ao batismo". [...] (grifei). CBNVI, p. 2107.



Outro exemplo a respeito de Hb 3.14 (hypostasis):



"Alguns manuscritos entenderam a palavra no mesmo sentido que Hb 1.3, e que o pensamento que queriam transmitir era apegar-se ao Ser essencial de Cristo". A frase, portanto, pode ser traduzida "a base, Sua substância". Certo manuscrito, talvez com alusão ao v. 6 e a 1Tm 5.12, substituiu hypostasis por pisteos ("fé"). O pensamento da passagem, no entanto, é o da confiança (cf. 1 supra; FF Bruce, op. cit. 67). DITNT, 876.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Entrevista Dr. Shedd

Vale a pena conferir:
http://www.vidanova.com.br/teologiadet.asp?codigo=167

Parabéns doutor, pastor-mestre e, sobretudo, serve fiel do Senhor!

Senhor, levante ceifeiros e pastores como esse para sua ceara!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Profecia contra irmãos insolentes

Profecia contra irmãos insolentes

Israel teve um irmão, Esaú, também chamado de Edom, que habitou na região montanhosa de Seir.
Durante toda história de Israel, esse irmão foi insolente, porquanto tratava Israel de forma grosseira, proferia injúrias, e objetivava destruir seu irmão.
O profeta Ezequiel inspirado pelo Espírito do SENHOR disse:
“Porquanto guardaste inimizade perpétua, e espalhaste os filhos de Israel pelo poder da espada no tempo da sua calamidade e no tempo da iniquidade final, por isso, vivo eu, diz o Senhor Deus, que te preparei para sangue, e o sangue te perseguirá [...] farei do monte Seir uma extrema desolação [...] Portanto, vivo eu, diz o Senhor Deus, que procederei conforme a tua ira, e conforme a tua inveja, de que usaste, no teu ódio contra eles; e me farei conhecer entre eles, quando te julgar, e saberás que eu, o SENHOR, ouvi todas as tuas blasfêmias que proferiste contra os montes de Israel, dizendo: Já estão assolados, a nós nos são entregues por pasto...” (Ez 35.4,5,6,11,12).
Indubitavelmente, o fim dos irmãos insolentes é trágico, terrível e tenebroso, a menos que se arrependam!
Senhor, perdoa eles, pois não sabem o que fazem e o que dizem.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Contraste e tensão

Contraste e tensão

Nossa sociedade é caracterizada pelo contraste. Ontem assisti um programa televisivo apresentado por Roberto Cabrini, que veiculou uma matéria sobre a precária e desgraçada situação de meninos de rua. Estes vivem piores que bichos e animais. Não contrastarei a situação deles com outros meninos de classe média. Os cães e gatos da classe média vivem melhores que essas criaturas. Em outro programa veiculado na cultura assisti a sórdida discrepância em Brasília. Junto a condomínios de luxo e excelentes construções projetadas pelo famoso arquiteto Oscar Niemair, observava-se favelas adornadas com lixo, miséria e restos dos mais abastados, cujo arquiteto desse monturo também é uma criatura, porém sem a prancheta do famoso projetista.
Enfim, esses contrastes são evidentes e causam muita indignação.
Não obstante, vivemos nesse mundo de contrastes e tensões. É inexorável!
O profeta Ezequiel não deixou de ver o mesmo contraste; com efeito, viu um contraste abissal.
No capítulo 1 de seu livro ele se deparou com uma das mais belas e misteriosas visões elencadas na Bíblia. Viu a glória do Senhor. O Espírito Santo entrou nele. Ele ficou pasmo e deslumbrado com tanta majestade. Os fenômenos são comparados àqueles experimentados por Moisés no sopé do monte Sinai.
No entanto, após poucos dias, mais precisamente 7, aquela visão majestosa, gloriosa, santa do Deus vivo trouxe-lhe uma das piores e mais trágicas profecias da Bíblia, a saber, o cerco de Jerusalém.
Essa profecia versava sobre mortes, carnificina, canibalismo, sofrimentos torturantes, fome, e muito, mas muito sofrimento.
O profeta se identificou com essa mensagem. Fez uma severa dieta com símbolo da fome e sede. Rapou sua barba e cabelo como símbolo da vergonha e humilhação.
O profeta Ezequiel viveu essa tensão entre o divino e o diabólico, o santo e o profano, a majestade e a miséria, a vida e a fome. Sua visão manifestava e transmitia a presença do Deus vivo, da vida, exuberância, beleza, ao passo que sua profecia falava do Destruidor, da morte, abjeção e catástrofe.
Nesse mundo atravessamos esses “dois mundos”. Vemos nosso precioso, majestoso e insigne Senhor Jesus Cristo que ressuscitou dos mortos, após o terceiro dia da sua vergonhosa, dolorosa e infame morte. Cristo Jesus habita em nós pelo Seu Espírito. A glória do Senhor se revela a nós.
Não temos a mesma visão fenomenológica de Ezequiel, mas nossa visão é maior. Contemplamos o Filho unigênito e bendito do Pai que deu sua vida por nós, e manifestou seu amor imensurável, inaudito e indizível por nós. Oh que maravilha! Graças dou a ti Senhor por tanto amor... Que amor me concedeu Jesus, gozo santo e celeste luz... Ninguém jamais me amou assim. Ezequiel não tinha essa revelação.
Não obstante tanto amor e graça, tamanha revelação e manifestação do amor do Papai: Jesus Cristo. Não deixamos de anunciar mensagens trágicas como do lago de fogo e enxofre para os rebeldes e ímpios. Sofremos por causa da incredulidade de nossa sociedade, vizinhos, parentes e familiares. Sofremos com a miséria, morte e destruição das pessoas.
Enfim, vivemos o mesmo contraste.
Por isso, creio que a verdadeira mensagem do Evangelho deve nos aproximar e nos fazer identificar com os miseráveis.
No entanto, Ezequiel profetizou a vinda de um fim, e a vinda de uma restauração miraculosa e gloriosa. E sabemos que esse dia virá. Nesse grande dia não haverá esse contraste. Não teremos mais essa tensão.
Assim sendo, clamamos, para que esse dia de contrastes e tensões chegue ao fim:
Venha Senhor o Teu reino assim na terra como no céu, e faça a Tua vontade.
MARANATA, ORA VEM SENHOR JESUS!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

SANTIDADE

Há centro e trinta anos atrás J.C. Ryle disse:


"Mas não posso negar minha crescente suspeita de que esses grandes "movimentos de massa" do momento, apesar do objetivo aparente de promover a vida espiritual, não tendem a promover a religião em casa, a leitura pessoal da Bíblia, a oração pessoal, a aplicação particular da Bíblia e um caminhar pessoal e diário com Deus. Se eles possuem algum valor real, deveriam levar as pessoas a serem melhores maridos e esposas, melhores pais e mães, melhores filhos e filhas, melhores irmãos e irmãs, melhores patrões e patroas e melhores empregados. Entretanto, gostaria de provas evidentes de que eles têm feito isso. (Santidade, p.10, ed. Fiel)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Conjunção Hebraica "E"

E ou por quê? E ou mas? Com e ou sem e?
Nossas traduções da Bíblia apresentam divergências, conquanto a essência do texto seja uníssona, de modo a não alterar a revelação de Deus, o que pode implicar um conhecimento superficial do texto. Por certo, ninguém deixará de conhecer a Deus em virtude das imperfeições de nossas traduções.
Por exemplo, em uma tradução aparece a conjunção “e”, em outra é omitida, outra apresenta “visto que”. Para o Português essa divergência parece um despautério. No entanto, o hebraico possui suas peculiaridades, como o Português em outras questões. Vejamos um exemplo prático usando o texto de Gn 18.17-19:

Então o SENHOR disse: “Esconderei de Abraão o que estou para fazer? 18 Abraão será o pai de uma nação grande e poderosa, e por meio dele todas as nações da terra serão abençoadas. 19Pois eu o escolhi, para que ordene aos seus filhos e aos seus descendentes que se conservem no caminho do SENHOR, fazendo o que é justo e direito, para que o Senhor faça vir a Abraão o que lhe prometeu”. (NVI)

17 Disse o Senhor: Ocultarei a Abraão o que estou para fazer, 18 visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra? 19 Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito. (ARA)

17 E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço,18 visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra?19 Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para agirem com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado. (ARC)

17 Aí o Senhor Deus disse a si mesmo: “Não vou esconder de Abraão o que pretendo fazer. 18 Os seus descendentes se tornarão uma nação grande e poderosa, e por meio dele eu abençoarei todas as nações da terra. 19 Eu o escolhi para que ele mande que os seus filhos e os seus descendentes obedeçam aos meus ensinamentos e façam o que é correto e justo. Se eles obedecerem, farei por Abraão tudo o que prometi.” (NTLH)

Iahweh disse consigo: Ocultarei a Abraão o que vou fazer, já que Abraão se tornará uma nação grande e poderosa e por ele serão benditas todas as nações da terra? Pois eu o escolhi para que ele ordene a seus filhos e à sua casa depois dele que guardem o caminho de Iahweh, realizando a justiça e o direito; deste modo Iahweh realizará para Abraão o que lhe prometeu.
Isso acontece por que o hebraico do Antigo Testamento utiliza predominantemente orações simples, ligadas pela conjunção “e”, que traduz o prefixo hebraico וְ ,cuja transliteração é waw ou vav. De forma que a subordinação – orações mais complexas – não é muito usual. Não poucas vezes o hebraico usa a conjunção vav (“e”) para expressar uma relação de subordinação. Esse fenômeno – oração composta por uma relação de coordenação e oração subordinada ligada pela conjunção vav – é denominado parataxe ou estrutura paratática (Gramática Grega, Wallace, p. 657). Logo, as orações hebraicas são caracterizadas pela parataxe. Ou seja, o conectivo “e” é utilizado com o sentido majoritário de mera coordenação aditiva ou associativa de substantivos, conquanto em não poucos casos tenha sentido subordinado.
O insigne mestre, professor Dr. Carlos Osvaldo, assevera em suas elucidativas notas de rodapé:
Tal como acontece no português, em que a palavra “que” desempenha várias funções de subordinação, a conjunção וְ no hebraico desempenha uma grande variedade de papéis, englobando as duas categorias principais, coordenação e subordinação (Fundamentos para Exegese do AT, p. 136).
A citação extraída da obra de Bruce Waltke e M. O’Connor comentando sobre a conjunção vav afirma:
O hebraico bíblico frequentemente liga logicamente orações subordinadas a uma oração principal quer assindetivamente quer, mais frequentemente, sindeticamente com esta conjunção [vav].
Por conseguinte, o vav, frequentemente traduzido por “e”, pode ter outras matizes (Introdução à sintaxe do hebraico bíblico, p. 649).

Abaixo segue uma lista de possibilidades :

Mas >> conjunção adversativa
Ou >> alternativa
Portanto >> conclusiva
Cujo, a quem, o qual >> pronome relativo, aposição
Se >> condicional
Porque, pois >> causal
A fim de que, para que >> final
Embora, não obstante >> concessiva
De modo que, em razão disso, de sorte que >> consecutiva
Como >> comparativa
E >> associativo de substantivos
Isto é, qual seja, a saber >> aposição

O vav também pode significar tão-somente o início de outro parágrafo ou tema independente, como se fosse um sinal de pontuação inicial, um ponto inicial, digamos assim. A propósito, algumas traduções omitem a tradução do vav, denotando que se trata de um novo parágrafo.
É interessante notar que o próprio Novo Testamento Grego escrito por autores influenciados pela cultura hebraica, contém hebraísmos. Isto é, o conectivo grego kai, traduzido por “e”, pode ter as mesmas conotações do hebraico. Nos evangelhos de Mateus e Marcos podem ser observados essas nuanças oriundas do hebraico; em que o “e” pode ter o sentido de uma nova frase, ou até mesmo de conjunção adversativa “mas”.
À vista de todo exposto, depreende-se que a simples partícula vav, traduzida geralmente por “e” pode ter significados bem mais abrangente. Atento a isso, mesmo as traduções mais literais, como ARC e ACF , traduzem o vav por outras conjunções, embora com muito mais relutância que a ARA, NTLH e NVI.
Com efeito, a escolha do significado não pode ser arbitrária, ou dependente do pressuposto teológico do exegeta ou tradutor, pelo contrário, deve advir do contexto. O contexto indicará o significado do vav.
Por isso, advogo a tese de que uma escorreita exegese depende do conhecimento do texto original. Como perceber essas nuanças sem o texto original? Como saber se a conjunção é realmente “para que” ou “e”, ou seja, se a oração expressa propósito ou mera adição?
Aqueles que não possuem acesso ao texto original, mas querem ter uma noção do texto, com vistas a se aproximar do original, devem consultar compulsoriamente outras traduções.
Assim sendo, quando nos depararmos com alguma conjunção ou com o mero conectivo “e” em nossas traduções, antes de extrairmos nossas ilações, e expô-las à igreja, devemos certificar-nos se de fato a tradução está correta.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Descoberta da muralha do Templo do Rei Salomão


Jerusalém, 26 fev (EFE).- Arqueólogos israelenses descobriram em escavações realizadas junto à Cidade Antiga de Jerusalém os restos de uma muralha do século X a.C. que poderiam confirmar a descrição bíblica dos tempos do rei Salomão.


Uma parte da muralha, de 70 metros de comprimento e seis de altura, foi encontrada em uma local de nome Ofel, entre a conhecida como Cidadela de David e a parede sul do Monte do Templo judeu, também conhecido como Esplanada das Mesquitas muçulmana.


Empreendidas nos últimos meses, as escavações fazem parte de um projeto da Universidade Hebraica de Jerusalém, a Autoridade de Antiguidades de Israel e outras instituições, e conta com o financiamento de patrocinadores americanos.


Sua diretora, Eilat Mazar, data a muralha com base em fragmentos de vasilhas descobertas nos arredores. Segundo ela, os objetos são de tempos do reinado de Salomão, o período de maior construção até então em Jerusalém e quando foi erguido o Primeiro Templo judeu, segundo o Antigo Testamento.


"Esta é a primeira vez que se descobre uma estrutura desse período que pode ter uma correlação com as descrições das obras de Salomão em Jerusalém", afirma.


"A Bíblia conta que Salomão construiu, com ajuda dos fenícios, que eram excelentes construtores, o Templo e seu novo palácio e que os rodeou com uma cidade. O mais provável é que estivesse conectada à muralha mais antiga da Cidadela de David", explica a diretora das escavações.


No local, foram desenterradas também uma monumental guarita de vigilância de seis metros de altura e uma torre que serviria de mirante para proteger a entrada da cidade, que são características do estilo do Primeiro Templo.


Deste período datam os antigos povoados israelitas de Meguido ou Be'er Sheva, declaradas em 2005 Patrimônio Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).


Para a arqueóloga, os restos da muralha representam uma prova adicional da exatidão com que as sagradas escrituras descrevem o esplendor do período dos reis David e Salomão.


Ela cita o Primeiro Livro de Reis (3:1), no qual "Salomão se tornou parente do então Faraó do Egito, pois se casou com sua filha Anelise e a trouxe à cidade de David, quando terminava de construir sua casa, a casa de Jeová e os muros de Jerusalém ao redor".


As pesquisas sugerem que os restos da muralha revelam a presença de uma monarquia e que a fortaleza e forma de construção indicam um alto nível de conhecimentos de engenharia.


Os vestígios estão em um ponto estratégico, no alto do vale do Kidron, hoje limite à Cidade Antiga de Jerusalém.


"Ao comparar as últimas descobertas das muralhas e portas da cidade do período do Primeiro Templo e os restos de vasilhas encontrados no local, podemos assegurar com bastante certeza que os muros são da cidade construída pelo rei Salomão em Jerusalém, na última parte do século X a.C", afirma Mazar.


A inscrição encontrada em um fragmento de vasilha descreve: "do supervisor do pa...", que a arqueóloga acredita se referir ao "supervisor do padeiro", um oficial responsável por controlar o fornecimento de pães à corte real.


Outros fragmentos contêm as palavras "do rei", e também foram encontrados selos de cera com dezenas de nomes.


O explorador britânico Charles Warren descreveu o traçado da torre em 1867, mas sem atribuí-lo à época de Salomão, cuja monarquia ficou conhecida pelas decisões justas ou salomônicas.


Nesse contexto de difícil equilíbrio, cabe se perguntar se a Bíblia pode servir ou não de guia arqueológico, uma polêmica que enfrenta duas tendências na arqueologia israelense e especialmente incerta no que se refere às descobertas em torno do período do rei David e de seu filho Salomão.

Mazar pertence à corrente que reconhece a validade do relato bíblico, enquanto arqueólogos da Universidade de Tel Aviv acham que o Pentateuco não está isento de interesses políticos de seus autores e que as monarquias de ambos os reis não eram uma potência regional como descreve o livro sagrado. EFE
fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/26022010/40/entretenimento-arqueologos-encontram-jerusalem-muralha-rei.html

Essa notícia também foi veiculada pela Revista Veja, edição 2154, ano 43, nº 9 de 3 de março de 2010, p. 46:

Descobertas
ruínas de uma muralha que pode ter pertencido ao templo do rei Salomão em Jerusalém. A construção tem 70 metros de comprimento por 6 de altura e data do ´seculo X antes de Cristo. A descoberta da última semana causou espanto, pois muitos estudiosos acreditam que Salomão jamais existiu - seu reinado pertenceria ao terreno dos mitos. Novas escavações serão feitas para tentar confirmar o achado.