quarta-feira, 29 de outubro de 2008

AMONITAS


Introdução
Os amonitas tiveram estreita relação com os israelitas, quer em forma de embates militares, quer em forma de interações religiosas, máxime pela assimilação dos deuses amonitas pelos israelitas em alguns períodos.
As Escrituras Sagradas mencionam amiúde os amonitas, de sorte que é possível tecer comentários sobre os amonitas somente com base na Bíblia.
O singelo trabalho não pretende ser exaustivo, nem tampouco destrinchar a vida política, cultural, econômica, social e religiosa dos amonitas, de modo que interessará os principais pontos de intersecções com a história bíblica.

História dos Amonitas
Gn 19.38 afirma que do relacionamento de Ló com sua filha mais nova nasceu Bem-Ami: “este é o pai dos filhos de Amom até o dia de hoje”. Portanto, a fonte bíblica, que é fidedigna tanto teológica quanto historicamente, assevera inequivocamente que os amonitas são descendentes de Ló, sendo semita, oriundo de Ur dos Caldeus, que migraram para Harã chegando a Canaã. Por esse texto, infere-se que os amonitas tinham aproximadamente a mesma idade dos israelitas.
Ainda assim, o texto em comento tem sido interpretado cum grano salis (não de todo a sério), isto é, como um recurso literário, servindo apenas para indicar uma mesma parentela, não necessariamente a origem dos amonitas.
Data maxima venia, não é o que Dt 2.19 indica, pelo contrário, reitera que os amonitas são filhos de Ló, afirmando que o Deus Todo-Poderoso, YHWH, deu por herança a terra na qual Amom habitava, de forma que os israelitas não deveriam molestá-los.
Entre os documentos ugaríticos datados do século 14 a.C o nome amonita é mencionado. Portanto, a arqueologia corroborou a existência desse povo, havendo, contudo, dúvidas acerca de sua origem – dúvida arqueológica e não bíblica.
O texto de Nm 21.24 assevera que “o termo (gevul) dos filhos de Amom era forte.” A seu turno, a arqueologia moderna demonstra que os amonitas cercavam suas cidades com pequenas fortalezas.
À vista disso, diferentemente dos israelitas que migraram para o Egito, os amonitas não se distanciaram da Palestina, atravessando o Jordão e tornando-se sedentários antes de Israel (Dt. 2.20,21,37), constituindo Rabá como capital. Este texto denota que os amonitas conquistaram a terra dos Zanzumins, situada entre o rio Arnom e Jaboque. Todavia, já nos dias de Moisés, o território dos amonitas havia sido reduzido em virtude da conquista perpetrada pelos amorreus, cabendo aos amonitas a parte nordeste do Mar Morto até as nascentes do rio Jaboque. A seu turno, os israelitas sob a liderança de Moisés tomaram a terra conquista pelos amorreus e dominada pelo rei amorreu Siom (Js 12.2; 13.24,25), sendo doada à tribo de Gade.
A redução do território de Amom fica mais elucidada ainda no episódio em que Amom luta contra Israel no período do juiz Jefté (Jz 11.13-28). O rei de Amom declarou que o objetivo da guerra consistia em recuperar o território outrora pertencente aos amonitas. À guisa da diplomacia, Jefté antes de pelejar contra os amonitas, tentou sem êxito persuadir o rei amonita a desistir da guerra, vindicando a conquista daquela terra. Porquanto havia sido conquistada anteriormente pelos amorreus, que, a seu turno, foi conquistada pelos filhos de Israel, cuja peleja foi travada contra o rei amorreu Siom, e que naquela ocasião já era possuída por Israel a trezentos anos! Tempo suficiente para tornar o direito de Amom prescrito, culminando no usucapião da terra, digamos assim. A eloqüência de Jefté não surtiu efeito! Pelo menos tentou, e nos deixou uma declaração importante para a cronologia bíblica.


AMOM Conquanto os amonitas não fossem mencionados expressamente no incidente de Balaque e Balão (Nm 22-25), estavam envolvidos, porquanto mais tarde Moisés relatou que os amonitas foram proibidos de entrar na congregação do Senhor, por terem alugado Balaão contra os filhos de Israel, e não tratarem amistosamente os israelitas egressos do Egito (Dt 23.3.4). Ademais, não se pode olvidar que moabitas e amonitas eram irmãos e vizinhos, de forma que se uniram contra Israel, não pelejando militarmente, porém usando outra estratégia, mais eficiente, a propósito, mulheres! Talvez, naquela época, a mera menção a Moabe subentendesse a participação de Amom. Assim, quando Jefté declarou que o rei de Amom não era melhor que Balaque, o qual não lutou militarmente contra Israel, quisesse aludir a ambas nações.
Com efeito, ambos, Moabitas e Amonitas se precipitaram. Porquanto, Israel não tinha planos de conquistar tais terras. Ademias, Israel pelejou contra os amorreus, conquanto o território amorreu conquistado por Israel pertencesse outrora aos amonitas.
O fato é que os amonitas tencionavam reconquistar o território conquistado pelos amorreus, não se resignando com a ocupação israelita naquela terra. Por isso, os amonitas nutriam um sentimento de animosidade contra os israelitas, pelo que oportunamente se levantavam contra Israel.
Os amonitas auxiliaram os moabitas a subjugarem os israelitas (Jz 3.12,13). Observe mais uma vez Moabe, agora comandado pelo rei Eglon, aliado com Amom.
Não obstante tamanha rivalidade, os israelitas ainda conseguiram simpatizar-se com as divindades dos filhos de Amom, que se assemelhavam às divindades dos cananitas – divindades essas localizadas em certas cidades e relacionadas a fertilidade, guerra, e elementos da natureza, havendo outrossim uma divindade nacional, denominada Milcom ou Moloque, cuja adoração incluía sacrifício de crianças. Tal idolatria fez com que o próprio Deus permitisse que os amonitas oprimissem os israelitas (Jz 10.6-9). Salomão também cultuou Moloque por influência de uma amonita (1Re 11.2,5). A propósito, o filho de Salomão, Roboão, era filho de Naamá, uma amonita (1Re 14.21).
Não bastasse a inclinação aos ídolos de Amom, os israelitas ainda flertavam com as amonitas (Ed 9.1,2; Ne 13.1, 23-31) – talvez fossem realmente irresistíveis, como as éguas do Egito!
A hostilidade perdurou por muito tempo. Houve diversas lutas e conflitos com os israelitas até que Davi subjugou-os. Mas readquiriram a independência, vindo a pelejar contra Israel. (1Sm 11.11; 2Sm 10.4,19; 12.26-31; 2Cr 20.25).

Enfim, após o cativeiro dos judeus, os amonitas retomaram as terras possuídas pelos amorreus e posteriormente pelos israelitas (Jr 49.1). Mas foram punidos por Nabucodonozor (582-581).
No século VI os árabes e depois os persas invadiram Amom.
Mesmo após o cativeiro e o retorno do exílio, a hostilidade não cessou. O governador de Amom, Tobias, intentou tolher a reconstrução das muralhas de Jerusalém (Ne 4.3,7,8). Nos tempos de Judas Macabeu também houve conflitos (Jd 5-7; Mc 7.30-43).
Vários profetas vaticinaram contra Amom (Jr 49.1-6; Ez 21.20; 25.1-7; Am 1.13-15; Sf 2.8.11).
No terceiro século eles desapareceram completamente da história amalgamando-se com os árabbes.
Os amonitas fizeram parte da coalizão Siro-Palestina, uma força de resistência contra a Assíria, na famigerada batalha de Qarqar em 853.
No tempo de Assurbanipal, os amonitas se tornaram tributários da Assíria (668-667).
De mais a mais, os amonitas possuíam predominantemente atividade pastoral e agrícola.

Conclusão
Os amonitas são descendentes de Ló, sendo parentes de Abrão, e, por conseguinte, dos Israelitas. Possuem aproximadamente a mesma idade de Israel, tornando-se sedentários antes dos Israelitas.
Amom fazia fronteira com Israel, na parte noroeste do mar morto, cujos termos fazia fronteira com a tribo de Gade, e seus irmãos moabitas.
Não se resignando com a conquista de parte do seu território pelos amorreus, e, posteriormente, pelos israelitas, Amom sempre tentava recuperar suas terras, travando guerras com Israel, de forma que se tornou inimigo declarado de Israel.
Conseguiu recuperar as terras perdidas nos dias do rei Nabucodonosor, mas foram punidos em seguida.
No terceiro século amalgamaram-se com os árabes.

[Professor e colegas] “Se o fiz bem (trabalho), de maneira conveniente a uma composição escrita, era justamente isso que eu queria; se vulgaermente e de modo medíocre, é isso o que me foi possível [...] Aqui porém será o fim” (2Ma 15.38,39).

Bibliografia

Bíblia Sagrada, Almeida Corrigida Fiel

Novo Dicionário da Bíblia, Vida Nova

Enciclopédia de Teologia e História, Vida Nova

História de Israel, Vida Nova

História de Israel, Paulus

Manual Bíblico, Vida Nova

Manual Bíblico de Halley, Vida

Peoples of the Old Testament World

The Biblical Archealogical, XXIV

domingo, 28 de setembro de 2008

Soberba e contenda: tudo a ver

A soberba provoca contendas

Graça e paz a todos

Amados, a cada estudo das Escrituras Sagradas, meu coração muitas vezes entra num estado de efervescência, haja vista o poder glorioso da Palavra de Deus.

Quero compartilhar com os amados um estudo inicial sobre a soberba que provoca as contendas, tendo como antídoto a humildade. Quando completar o estudo postarei aos amados. Por ora, quero postar minhas percepções iniciais para trabalharmos no texto com avaliações de outros irmãos.

Pv 13.10: Da soberba só provém a contenda, mas com os que se aconselham se acha a sabedoria.

Pode ser traduzido assim: Realmente da soberba se produz a contenda.
Há uma variante textual na LXX e na Peshita que pode ser traduzida assim: O mal com a soberba produz a contenda.
No entanto a Vulgata acompanha o Hebraico, prevalecendo este.

Percebe-se a clara relação entre a soberba (zadown) e a contenda (matstsah).

Logo, como uma das causas da contenda é o orgulho, a humildade aplacará a contenda proveniente do orgulho, tornando-se um eficiente antídotos contra a contenda, que tem causado inúmeros males.

Por isso, a Igreja de Filipos que era saudável mas possuía um problema crônico de contendas e conflitos, recebeu do Apóstolo Paulo a subministração da humildade, de modo que os filipenses deveriam atentar para o supremo modelo de humildade a fim de que as contendas fossem tratadas: a humilhação do Grande Deus e Rei, Jesus Cristo! (Fp 2)

A paz
Tales

sábado, 20 de setembro de 2008

Grampo Telefônico

CUIDADO!!!
GRAMPO
TELEFÔNICO
Recentemente, um fato veio à tona, sendo amplamente divulgado pela mídia: trata-se dos casos de grampo telefônico ilegal, ou seja, uma terceira pessoa ouve e grava sua conversa telefônica com alguém, sem autorização judicial. O Presidente do Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte judiciária do país, Gilmar Mendes, foi vítima dessa escuta ilegal.
Agora, o que isso tem a ver com nossa vida aqui na Igreja? Dificilmente alguém aqui tem esse problema. O Pastor da Igreja não colocou um grampo no telefone de nenhum irmão da Igreja. Tampouco os obreiros fizeram isso.
Então, podemos falar seguramente no telefone. De quem quisermos, o que quisermos... Certo? Totalmente errado.
Os homens não estão gravando nossa conversa pelo telefone, mas Nosso Senhor Jesus Cristo está “gravando” não só nossa conversa pelo telefone, mas toda e qualquer palavra que sair de nossa boca. É o que disse Jesus: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo.” (Mt 12.36).
Logo, tome cuidado com suas palavras! Você dará conta delas no dia do juízo final!
Eu não sei o que você fala de mim. O Pastor não sabe o que você dele. Ninguém sabe o que eu falo de vocês. Mas Deus sabe! E Ele nos julgará.
Por isso, meus irmãos, que nossas palavras sejam sempre agradáveis e temperadas com sal (Cl 4.6), “como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo.” (Pv 16.24).

A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor Deus e a comunhão com o Espírito Santo esteja contigo!

Fraternalmente,
Seu co-servo em CristoTales Alves Paranahiba

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Mais uma vez a arqueologia corroborando o texto bíblico!


Interessante descoberta arqueológica cuja exposição está muito perto de nós, tupiniquins.
http://masp.uol.com.br/exposicoes/2008/tesouros-da-terra-santa/

"Três fragmentos de uma estela de basalto foram encontrados em Tell Dan em 1993 e 1994, que haviam sidos reutilizados como material de construção numa estrutura edificada por volta do século VIII a.C. As três peças se encaixam perfeitamente. Sobre a superfície lisa destas pedras encontram-se 13 linhas escritas em Aramaico antigo, do período final do século VIII a.C. Não é possível determinar quantas linhas estão faltando no início e no final do texto, e nem o comprimento original das linhas que restaram. O monumento de onde estas três pedras vieram era provavelmente uma inscrição memorial, semelhante a monumentos já encontrados na mesma região e na mesma época.

Evidências arqueológicas deste tipo não têm o propósito de “provar” a autenticidade da Bíblia. Todavia, este é o único testemunho extra-bíblico (até o momento) que faz uma referência tão explícita à Casa de Davi. A Estela de Tell Dan é odiada pelos estudiosos que sempre trataram como ficção as narrativas bíblicas que descrevem a história de Israel. Uma tradução das 13 linhas que restaram proposta por André Lameire, traduz a linha contendo a referência à casa de Davi como segue:

de meus reis. E eu matei dois [poderosos] reis, os quais tinham duas mil carruagens e dois mil cavaleiros. [Eu matei Jo]rão filho de [Acabe]
rei de Israel, e matei também [……]ias filho de [Jorão rei]
da Casa de Davi. E eu estabeleci [.......................................................] [1]1http://www.mackenzie.br/teologia.html



Fontes Bibliográficas

MILLARD, Alan. The Tell Dan Stele. In: HALLO, W. W. et al. Monumental inscriptions from bíblical world. Leiden: Brill, 2001.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

4 respostas ao sofrimento do Justo





















QUATRO respostas para o sofrimento do justo



Introdução
Todos estão diante de um fato incontroverso, irrefutável, inexorável: o sofrimento. A ciência, as filosofias e as religiões não se propõem a responder satisfatoriamente esse fato. A questão piora quando falamos do sofrimento do servo do Senhor Jesus, daquele que é justo.
Em algum momento da vida, ou precisaremos de uma resposta ou necessitaremos dar uma resposta a outrem.
O livro de Jó oferece uma resposta inspirada pelo Espírito Santo. Contudo, temos 4 respostas no livro.
O livro relata a história de Jó enfatizando seu sofrimento.
Não se sabe quem escreveu-o, no entanto, acredita-se que Moisés é o autor. Seja o que for, a época dos acontecimentos condiz com o período dos patriarcas, especialmente Abraão, visto que não há qualquer referência no livro sobre a Lei de Moisés, templo, e o livro não possui qualquer relação com a história do povo eleito. Outrossim, o contexto do livro se coaduna com o período patriarcal, em que o homem era o sacerdote da casa, oferecendo sacrifícios, sem um lugar específico de culto.
Conforme dito acima, o livro enfatiza o sofrimento de Jó. Ou seja, embora não se possa datar o período exato do sofrimento de Jó, o contexto indica que tudo aconteceu num período curto de sua vida em comparação com a idade que faleceu, ou seja, 140 anos. Quando o sofrimento de Jó se iniciou ele já tinha filhos e era um ancião, pois estava na porta da cidade julgando. Talvez ele tivesse seus 60 anos. Jó viveu até 140 anos e viu até a quarta geração, ou seja viu seus tataranetos. Assim, sua tribulação deve ter cessado aos 65 a 70 anos, pois após a tribulação, Jó teve filhos novamente e viu seus tetranetos, falecendo com 140 anos.
Durante o sofrimento de Jó, três amigos apareceram para consolá-lo, oferecendo respostas para seu sofrimento. A seu turno, Jó tecia comentários acerca das palavras de seus amigos.
Três discursos bem elaborados, polidos, religiosos, embora muito acalorados e conflitantes.

A) RESPOSTA FALSA, HUMANA, ERRÔNEA
Os amigos de Jó consolaram-no respondendo que:
a) O sofrimento é resultado direto do pecado
4.8; 8.5-7; 11.14; 15.20; 20.29; 22.6, 21, 23
b) A comunhão com Deus afasta o sofrimento

c) O justo não sofre nesta vida

Conselhos inconvenientes, infundados, impertinentes, equivocados, errôneos, simplistas e descontextualizados. Sinceros, porém errados.

B) RESPOSTA CONFUSA, DUVIDOSA, SEM RESPOSTA
Jó rejeitou tal consolo respondendo de forma contrária:

a) o justo sofre ao passo que o ímpio prospera
21.7, 16, 15; 23.3-5
b) o temor de Deus às vezes não tem valor
7.20; 10.2; 13.18

C) RESPOSTA MISTURADA COM PONTOS VERDADEIROS, HUMANOS E BASTANTE ARROGÂNCIA, SEM MISERICÓRDIA E HUMILDADE
1) Eliú tentou inutilmente consolar Jó:

tratando da soberania de Deus sem misericórdia e amor
Não obstante os pontos verdadeiros em tal resposta, a arrogância, a falta de humildade, a falta de amor e misericórdia tornaram-na desprezível, vazia, sem efeito, totalmente inócua. não merecendo repreensão e tampouco elogio.
Assim sendo, a resposta de Eliú não foi elogiada e tampouco censurada, de forma que se tornou desprezível, despicienda.


D) RESPOSTA CERTA, CONFORTADORA
1) Deus proporciona o verdadeiro consolo não respondendo o porquê sofremos:
Ele simplesmente se declara soberano, criador, provedor e dominador do universo, do qual somos apenas parte, diante da grandiosa, perfeita e complexa criação.

2) Jó acata essa resposta reconhecendo os decretos infalíveis de Deus bem como seus equívocos e limitações
3) Jó compreende que todas as coisas cooperaram para o seu bem, aproximando-o intima e profundamente do Senhor, como não tinha experimentado.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Papa Bento XVI deveria ser ouvido por muitos pastores

"É imprtante manter contato com as autoridades, instiuições e partidos, mas não é função dos sacerdotes se dedicar à vida política. Isso é dever dos leigos." Revista Veja, Edição 2060 - ano 41 - n° 19, 14 de maio de 2008 p. 61

Oxalá todos os pastores que estão divididos entre o ministério e a política atentassem para a vocação de cuidar da igreja do Senhor, se é que foram vocacionados.

A paz
Tales

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Sou feliz com Jesus

Sou feliz com Jesus:

* pela salvação eterna
* pelo seu grande amor por mim
* pela sua riquíssima misericórdia
* pelo seu eterno poder
* pela sua terna providência
* pela sua vida entregue por mim, pecador

Deus é bom, e sua misericórdia dura para sempre.
Amém
Tales

sábado, 19 de abril de 2008

Salvação de crianças (J. Macarthur)

Comentário sobre o linkhttp://www.monergismo.com/textos/sotereologia/salvacao--incapazes-bebes_john-macarthur.pdf
Achei que a tese de Macarthur não tem base bíblica, mas sim tem mais base emocional. Achei a linguagem parecida com a dos arminianos, Deus é amor, amor.
Não vejo na Bíblia uma salvação diferenciada para os infantes. Não qualquer alusão a isso na Bíblia. É pela fé. Com o infante não é diferente. Quem disse que um infante não pode ter fé desde o ventre.É impossível uma criança ter fé? Aos nosso olhos PARECE que sim, mas para Deus tudo é possível (Mt 19.26).O salmista disse que cria em Deus desde seu nascimento (Sl 22.10; 71.6).
João Batista foi cheio do Espírito Santo desde o ventre (Lc 1.15).
É bom frisar que desde o ventre há também crianças ímpias.
Vejo que não há base bíblica para distinguir crianças e adultos no tocante ao plano da salvação. Eles precisam receber a Cristo. Ora, se as crianças interagem com a mãe em seu ventre, não conseguiriam interagir com Cristo?
Crer de forma contrária atenua a responsabilidade dos pais de proporcionar um ambiente cristão ao infante, a fim de que no ventre já tenha contato com adoração, pregação, através dos pais, principalmente da mãe.

sábado, 12 de abril de 2008

Milagres pós-apostólicos

Eusébio de Cesaréi relata que nos dias de Irineu (125-202 d.C), havia milagres realizados em nome do Senhor. Eis as citações do próprio Irineu, registradas por Eusébio:

"Estão ressuscitando mortos, como ressuscitava o Senhor, e como os apóstolos, por meio da oração, pois mesmo entre os irmãos, com freqüência, em caso de necessidade, com toda a igreja unida em muito jejum e oração, o espírito tem retornado ao corpo antes morto, e o homem concedido às orações dos santos" (Eusébio, CPAD, p. 173).

"Assim como ouvimos muitos dos irmãos na igreja que têm dons proféticos, e que falam em todas as línguas por intermédio do espírito, e que também trazem à luz os segredos dos homens para o benefício deles, e que expõem os mistérios de Deus." (Eusébio, CPAD, p. 174).

Comentários:
Isso denota que após a morte dos apóstolos os sinais e milagres continuavam em operação no meio da Igreja, embora a intensidade e freqüência tivessem diminuídos sobremaneira.
Creio que a diminuição dos milagres consiste em que Deus decidiu não fazer mais uso dos sinais como no princípio. Isso não implica cessação total dos dons, mas tão-somente uma suspensão temporária, até que a soberania e liberdade do Espírito Santo decida novamente fazer uso desse expediente miraculoso.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Pós-graduação em teologia evangélica

Ensino à distância evangélico

Graças a Deus, nosso Pai, em nome do Senhor Jesus Cristo, temos um curso bíblico à distância de pós-graduação lato sensu ministrado pelo Mackenzie. O corpo docente é excelente. A teologia é salutar, ortodoxa, e, sobretudo, bíblica.

Quem quiser conhecer com mais afinco e exatidão as Escrituras Sagradas vale a pena estudar lá.

Um detalhe interessante: quem tiver um curso superior não-teológico, pode fazer esse curso de pós também. Pois há um curso de pós especificamente para quem não fez bacharel em teologia, como também há um curso de pós em Teologia Bíblica para quem já fez o bacharelado em Teologia.

Eis o link: http://www.mackenzie.br/teologia/ ou ainda http://www4.mackenzie.br/especializacao_on-line.html

Graça e paz

domingo, 13 de janeiro de 2008

Verdadeiro poder de Deus

Verdadeiro poder de Deus

“Sob a influência deste tremendo poder, há pessoas que literalmente caem prostradas ao chão sob a convicção de pecado, ou até mesmo desmaiam, e permanecem num estado de inconsciência, às vezes por considerável tempo [...] Às vezes, por exemplo, um extraordinário dom de oratória é dado a certas pessoas num avivamento. Pessoas que, se alguma vez expressaram-se verbalmente numa reunião de oração na igreja, fizeram-no de forma vacilante e muito hesitante, subitamente começam a orar com muita eloqüência, ecom uma riqueza de linguagem extraordinária, da qual nunca antes foram capazes [...] Não somente isso, mas muitas vezes também é dado um dom de profecia. Refiro-me literalmente a uma capacidade de predizer o futuro [...] Houve casos na Irlanda do Norte, por exemplo, de pessoas que não sabiam ler nem escrever, pessoas que nunca tinham sido capazes de ler a Bíblia. Mas subitamente, embora ainda não soubessem ler, receberam a capacidade de encontrar textos na Bíblia e explicar seu conteúdo.”

Estas citações foram extraídas do livro Avivamento, de D.M. Lloyd-Jones, editora PES (p. 139-141), cujo autor, livro e editoram são altamente recomendados.

Essas manifestações foram resultados da atuação livre e soberana do Espírito Santo, cujos instrumentos humanos estavam compromissados com a sã doutrina do evangelho de Jesus Cristo, primando pela santidade. Os pregadores desse período confiavam na graça de Deus e não em suas obras. Não buscavam os sinais e tampouco estimulavam ou despertavam o povo a buscá-los, mas eles aconteceram. Não pregavam a doutrina da prosperidade, da saúde perfeita, mas Deus prosperou a Igreja, e deu saúde à igreja. Não eram adeptos dos louvorzões, mas Deus dava cânticos novos ao povo que exaltavam e centralizavam Cristo Jesus.

Enfim, hoje a situação é assustadoramente o contrário. Pregam a busca pelos sinais e pelo fogo, mas há sinais e fogos estranhíssimos que não transformam os corações. Pregam prosperidade e saúde perfeita, mas a igreja continua pobre, miserável e enferma espiritualmente. A conta bancária de algumas igrejas estão sobejando, mas será que há saldo celestial? Há tantos cânticos e louvores que exaltam o homem, sua falsa liberdade, seu inócuo poder.

Precisamos do genuíno avivamento, do derramamento do Espírito Santo, enviado da parte de Deus, por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Divindade de Jesus Cristo

A TRADUÇÃO DE Jo 1.1

Texto grego

Ἐν ἀρχῇ ἦν λόγος, καὶ λόγος ἦν πρὸς τὸν θεόν, καὶ θεὸς ἦν λόγος.

Transliteração
En archei en hó lógos, kai hó lógos en prós tón theón, kaí theos en hó logos

Possibilidades de tradução segundo as regras gramaticais gregas
No princípio era o verbo, e o verbo era com o Deus, e o verbo era Deus.

No princípio era o verbo, e o verbo era com o Deus, e o verbo era divino.

Explicação
A primeira possibilidade de tradução declara que o verbo era Deus, ou seja, o sujeito da frase, o verbo, recebe uma predicação, de forma que Deus tem função predicativa, denotanto a qualidade ou característica do verbo.

A ausência do artigo definido, que no caso seria hó (gr. ), é proposital. Pois se João colocasse o artigo, então a palavra seria o próprio Deus. Isso seria o mesmo que admitir que Deus é um e se manifesta em três pessoas. A propósito, essa foi uma heresia acerca de Deus, cujo nome era Modalismo ou Sabelianismo, datada do século três da era cristã.

Portanto, a presença do artigo não distinguiria o verbo de Deus, mas o confundiria com o próprio Deus. Por isso, João não colocou o artigo definido.

Essa tradução, conta com o testemunho dos mais proeminentes pais da Igreja Cristã dos primeiros séculos, logo após a morte dos apóstolos. Vejamos os pais da Igreja que mencionaram o texto de João de acordo com a primeira possibilidade: Clemente de Alexandria, Cipriano, Hipollitus, Irineu, Orígenes, Tertuliano. Tais citações podem ser conferidas no site www.laparola.net/greco. Segue em anexo a tradução em inglês das respectivas citações.

Destarte, não há razões gramaticais e históricas para rechaçar a primeira possibilidade de tradução. Se os pais da Igreja traduziram o texto segundo a primeira possibilidade, sim, eles que viveram bem próximos do período apostólico, isto é, no séc. II e III d.C, e eram familiarizados com o grego, pois liam, falavam e traduziam a língua, quem somos nós, oriundos de uma geração bem distante desses ilustres homens, para discordar da tradução deles? Caso houvesse razões plausíveis para se discordar faríamos sem hesito. Mas como não há, haja vista a clareza da regra gramatical grega, fiquemos com essa primeira possibilidade.

Ainda assim, a segunda possibilidade é bastante plausível e se coaduna com a primeira. Porquanto, a segunda tradução afirma que o verbo era divino. Possuindo características e natureza divina, mas sendo distinto do próprio Deus; assim manteria a personalidade distinta do próprio Deus, embora também fosse divino, ou fosse Deus.

Todavia, essa segunda possibilidade, conquanto esteja de acordo com as regras da gramática grega, não possuem testemunho dos proeminentes pais da Igreja. Assim, ainda é melhor permanecer com a primeira possibilidade de tradução, lançando mão somente da idéia transmitida pela segunda possibilidade, ou seja, o verbo tem natureza, personalidade e característica divina.

Sobre a tradução da Torre de Vigia
A tradução das testemunhas de Jeová traduzem a parte final do texto de Jo 1.1 assim: “e a palvra era um Deus.”

Primeiramente, vale lembrar que se desconhece na história da Igreja alguém que tenha traduzido dessa maneira o texto. Nenhum gramático grego, por mais liberal que seja, mesmo não sendo cristão, traduziria o texto dessa maneira. A torre de vigia fez uma interpretação do texto, e não tradução. Por isso não podemos chamar isso de tradução. Vejamos o por quê:

É verdade que na gramática grega não existe o artigo indefinido “um”. De forma que, a ausência do artigo definido, no caso hó, permitiria a inserção do pronome indefinido.

Assim, a ausência do artigo definido não implica inexoravelmente inclusão do artigo indefinido. Em certos casos, dado que haja várias possibilidades de tradução do grego, só será possível identificar o sentido do texto apenas pelo seu contexto. O contexto afastará certas formas de tradução espúrias e sem respaldo técnico.

Não se pode substituir automaticamente a ausência do artigo definido por um artigo indefinido. Isso viola as regras gramaticais. Se toda vez que a palavra Deus não fosse precedida pelo artigo definido, teríamos um panteão não identificável de deuses na Bíblia.

A propósito, a interpretação dada ao texto de Jo 1.1 pelas TJ’s cria um problema inexplicável e inimaginável na mente dos apóstolos: a existência de dois deuses. Um maior e um menor. Isso está mais parecido com politeísmo grego e paganismo. Por conseguinte, haveria sim um henoteísmo, isto é, a crença em um único Deus, admitindo a existência de outros. A Bíblia jamais afirmou a existência de um deus criando outro. Nas Escrituras do VT e do NT há um só Deus. Assim, tem-se de harmonizar esse princípio da unidade de Deus, com a divindade eterna de Cristo. Ao passo que a melhor maneira de harmonizar essa aparente contradição não é criando deuses menores, como fez as TJ’s. Então, entra em cena a conhecida doutrina da trindade que tenta explicar a tri-unidade de Deus, posto que seja impossível aos homens explicar o Deus infinito, entretanto, até hoje essa doutrina foi a que conseguiu se aproximar mais dos textos bíblicos.

Portanto, tal interpretação espúria do texto não merece nem ser cogitada como possibilidade de tradução. Aliás, gostaríamos de conhecer algumas autoridades em grego que defendesse tal possibilidade, e quais são os argumentos.
Se João quisesse realmente dizer que o verbo era mais um deus, poderia muito bem ter utilizado o numeral cardinal um , eivs, miva, en . Como foi feito em outros textos: 1Tm 2.5; Ef 4.4; Rm 3.30.

É oportuno citar que quando João discorreu acerca do verbo, ele estava usando um conceito de Filo de Alexandria, um filósofo judeu. Filo fez alusão ao verbo, a palavra, sem ao menos conhecer o Messias. Segundo Filo, Deus se relacionava com a humanidade por meio do verbo, que estava nele. Note que em nenhum momento Filo dissocia a natureza do verbo, como tendo uma qualidade divina derivada ou de segunda categoria.

Segundo mandamento

Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos. (20:4-6)
Mesmo que esse mandamento seja um desdobramento do primeiro, não é pertinente considerá-lo apenas parte do primeiro, dividindo, por conseguinte, o último em dois.
Parece ser mais coerente tratá-lo como segundo mandamento, porque o primeiro fala muito sobre comunhão exclusiva com o único e verdadeiro Senhor Deus, vedando a concepção de qualquer outra divindade, de forma que o povo não poderia ter em mente qualquer outra divindade. No entanto, o segundo versa sobre a adoração a esse Deus, ou seja, o povo não poderia representar qualquer outra divindade.
Assim, o primeiro mandamento veda a idealização de outra divindade, ao passo que o segundo proíbe a representação dessa divindade. Ambos proíbem a idolatria, mas esse mandamento veda a representação de qualquer divindade, o envolvimento ritual, litúrgico ou cultual com qualquer pseudo divindade.
Primeiro, Deus proíbe a criação de qualquer forma de representação, símbolo, ícone ou figura que possa representar alguma divindade. Ademais, esse mandamento é mais abrangente que o primeiro, pois se proíbe a criação de representação, símbolo, ícone ou figura do próprio Deus.
Segundo, o Senhor não permite o culto e adoração a essas invenções humanas.
Nossa adoração e culto advêm da vontade de Deus, ou seja, o Deus que tirou o povo da terra do Egito é que estabelecerá a maneira pela qual o povo servi-lo-á.
Toda forma de adoração ao Senhor receberia a regulamentação do Senhor, de forma que o povo estava proibido de fazer qualquer inovação. E, de fato, isso foi feito, pois Deus projetou o modelo do tabernáculo nos mínimos detalhes, relativamente à medida do tabernáculo, os utensílios, materiais, etc. Moisés deveria ter muito cuidado para fazer segundo o modelo apresentado por Deus (Ex 26.30).
Deus procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade (Jo 4.23,24). Como ele não apareceu em nenhuma forma (Dt 4.12,13), o povo não poderia fazer algo que o representasse.
Devemos ter cuidado com as inovações que são criadas em nossos cultos. O Senhor deve receber toda a glória (soli Deo gloria), porque ele não a divide com ninguém (Is 42.8). Portanto, tomemos muito cuidado com alguns estilos de culto e adoração que não encontram nenhum respaldo bíblico.
Por que Deus proibiu a criação de algum objeto de culto? Naturalmente, esse objeto em vez de auxiliar o povo na adoração desviaria a atenção do povo, e concorreria com a glória do Deus vivo.
Assim sendo, em nossos cultos Cristo Jesus deve receber toda a primazia.
A fim de reforçar a absoluta proibição, o Senhor fala sobre o seu caráter. O povo haveria de lembrar que o Senhor é zeloso, e esse zelo inclui tanto o castigo quanto a misericórdia.
Zelo significa no original hebraico ciúmes, paixão. Essa palavra é muito utilizada no relacionamento conjugal, ou seja, o zelo do marido para com a esposa. Não se trata de ciúmes doentio e pecaminoso, mas do zelo que faz o homem se dedicar exclusivamente a sua mulher, não tolerando qualquer relacionamento extraconjugal.
Dessa forma, Deus se revela ao povo como rei, senhor e marido, de modo que qualquer traição ou rebeldia seria justamente punida, ao passo que a misericórdia se manifestaria aos fiéis, leais e obedientes à aliança.
Portanto, a violação desse mandamento acarretaria o castigo do Senhor, pois se equivaleria a adultério espiritual. Aliás, os profetas denunciaram a idolatria como adultério (Ez 16). A obediência a esse mandamento atrairia a misericórdia do Senhor.

Maldição hereditária: os adeptos da maldição hereditária usam esse texto para defender que há uma maldição que passa do pai ao filho até a terceira e quarta geração.
No entanto, o texto não quer dizer isso, apenas está ressaltando que Deus castiga os ímpios, e as gerações posteriores, filhos, netos, bisnetos..., que continuarem nesse pecado.
Mas, quanto aos que amam a Deus, a misericórdia se estende ampla e copiosamente. Ou seja, a misericórdia de Deus é muito maior e eficaz.
Assim, quem quiser experimentar a misericórdia do Senhor em sua vida e família deve amar o Senhor, fugindo da idolatria (1Jo 5.21).