terça-feira, 25 de agosto de 2009

PROFETA MALAQUIAS 1

Como entender e praticar a mensagem do Profeta

Introdução
A Bíblia Sagrada não é um mero livro como outro qualquer. Trata-se da Palavra de Deus, escrita por homens que foram inspirados por Deus, e é totalmente apta para nos ensinar, corrigir e nos tornar perfeitos e perfeitamente habilitados para toda boa obra (2Pe 1.21; 2Tm 3.16).
Uma vez que a Bíblia Sagrada é o livro pelo qual Deus escolheu se revelar e se comunicar conosco, devemos envidar todo esforço no sentido de compreender sua mensagem e praticá-la.
Nessa preciosa empreitada de entender a mensagem para cumpri-la não podemos jamais menosprezar o sublime e imprescindível auxílio do Espírito Santo de Deus, o qual é o autor divino do livro, intérprete e aplicador da mensagem (Jo 14.26, 16.13).
No entanto, como a Bíblia é também um livro humano, ou seja, escrito por homens inspirados por Deus, a compreensão da mensagem não está desvinculada ou dissociada das regras universais de interpretação de texto. Por isso, precisamos atentar para as regras da hermenêutica. A tarefa da hermenêutica é estudar as regras de interpretação de um texto.
Esse trabalho hermenêutico se baseará no Livro do Profeta Malaquias. Como Malaquias não está mais entre nós, e não deixou nenhum porta-voz que pudesse nos explicar e esclarecer sua mensagem, resta-nos lançar mão das regras de hermenêutica para compreender sua mensagem. Alguém pode perguntar: “Mas o Espírito Santo não pode fazer isso diretamente?” Bem, Ele até pode fazer isso, mas não faz, pois preferiu atuar em outro âmbito, isto é, espiritual, e deixar os recursos humanos para que, utilizando-os, fizéssemos uma boa interpretação. Ou seja, o Espírito Santo não é o substituto do professor de português, hebraico e grego. Não sopra diretamente na mente das pessoas o significado do texto. Pelo contrário, Ele ilumina nossa compreensão, guiando-nos nesse processo de interpretação.
Portanto, nesse trabalho analisaremos os recursos espirituais e humanos necessários à boa interpretação e à prática integral da mensagem. Porque não podemos olvidar que temos de ser praticantes da palavra e não somente intérpretes, ou melhor, ouvintes (Tg 1.22).
Enfim, não adianta nada compreender perfeitamente a mensagem e não pô-la em prática. Por outro lado também, o integral cumprimento da palavra depende de uma interpretação escorreita.

1) A origem da palavra de Malaquias

Introdução
Como já foi mencionado, a Bíblia Sagrada é um livro sui generis, especial e diferente de todas os livros existentes. Para o correto entendimento de sua mensagem não basta utilizar cegamente os recursos humanos disponíveis para a interpretação de sua mensagem. Isto é, não basta analisar o contexto do livro de Malaquias para entender sua mensagem.


A) Deus enviou Sua palavra a Malaquias
A mensagem de Malaquias não vem dele. O texto expressa claramente que vem de Deus, pois a palavra é do Senhor, pertence a Ele. Por isso, não basta aplicar as regras básicas de interpretação sem atentar para a origem da mensagem.

A origem divina da mensagem nos ensina a:

i) Ouvir a voz do Espírito Santo
Antes de ouvirmos o que o profeta Malaquias tem a nos dizer, devemos ouvir o que o autor e o dono da palavra quer falar. Uma vez que a palavra é de Deus, a ele devemos ouvir.
Infelizmente, à medida que os ouvintes desprezam a voz do Espírito Santo, a tendência natural e inexorável é rejeitar a mensagem do profeta. Jesus usou inúmeras vezes a expressão “quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz” (Ap 2.7, 11; 17, 29; 3.6, 13, 22).

ii) orar
Como nossa audição espiritual tem a tendência de apresentar alguns distúrbios como zumbidos, perda auditiva, ou até surdez, a oração é uma forma eficaz de sanar tais problemas.
Nosso adversário trabalha para cegar o entendimento ou impedir que a palavra do Senhor dê frutos (2 Cor 4.4; Mc 4.1-20). Por isso precisamos orar e pedir ao Senhor que nos dê mais e mais entendimento de sua palavra. A propósito, o apóstolo Paulo orava para que Deus desse o Espírito Santo[1] de sabedoria e revelação aos cristãos de Éfeso (Ef 1.17).
Também precisamos orar para colocar a palavra em prática, pois lutamos contra o pecado que habita em nós e contra Satanás.

B) Deus usou Malaquias como um intermediador
A ACF traduz a expressão hebraica בְּיַד מַלְאָכִי como “por intermédio de Malaquias”. A NVI traduz “por meio de Malaquias”. A expressão hebraica literalmente quer dizer “pela mão” ou “com a mão de Malaquias”. Com efeito, o sentido não é que a mensagem passou pelas mãos físicas de Malaquias, como se Malaquias entregasse ao povo um CD gravado pelo Senhor, mas que Malaquias era o intermediador da mensagem, sendo o porta-voz.

C) Deus enviou sua palavra a um povo
Israel é o destinatário das palavras.
A existência de um mediador e um destinatário nos ensina a usar os recursos humanos disponíveis
A mensagem vem de Deus, mas Malaquias é Seu porta-voz. A mensagem vem de Deus, mas Israel é o destinatário. O profeta não usou uma linguagem celestial, porém falou em hebraico, que era a linguagem do povo. O profeta não falou especificamente para todas as eras, porém se dirigiu contra Israel. O profeta não veio do céu, porém se localizava na Palestina.
Todos esses fatores denotam que há uma barreira entre nós e a compreensão da mensagem, pois a mensagem tem várias peculiaridades linguísticas e literária, cronológicas, culturais e geográficas.
Malaquias não falava português, não era brasileiro, não era membro de Igreja Evangélica; se fosse casado, não era casado no cartório ou na igreja, não morava em São José dos Campos, etc..
Observe as inúmeras distinções entre nós e Malaquias. O que fazer agora? Buscar o Senhor e orar? Para superar essas barreiras o próprio Espírito Santo colocou à nossa disposição alguns recursos humanos e regras que nos auxiliam a compreender a mensagem sempre no intuito de pô-la em prática.
[1] Essa palavra pode se referir ao Espírito Santo, devendo ser traduzida por Espírito, como sugere a NVI.

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